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Conflitos agrários matam 136 pessoas nos últimos 30 anos em MT

Números fazem parte de um relatório divulgado pelo Fórum dos Direitos Humanos e da Terra de Mato Grosso. No documento, as lideranças criticam a impunidade dos crimes.
Arquivo pessoal

Em Mato Grosso, 136 trabalhadores rurais foram mortos em conflitos por terra nos últimos 30 anos, segundo um relatório elaborado pelo Fórum de Direitos Humanos e da Terra, divulgado na quinta-feira (19). De acordo com o relatório, os dados contabilizam os assainatos desde 1985 – ano em que as informações começaram a ser coletadas até a morte de nove trabalhadores em Colniza, em abril deste ano.

Grande parte dos homicídios, 55 no total, ocorreram em chacinas. Esses crimes, segundo o documento, ocorreram nos municípios de Alta Floresta, Aripuanã, Jauru, Juína, Terra Nova do Norte e Colniza. Em alguns destes, as chacinas ocorreram mais de uma vez.

A impunidade dos criminosos é fortemente citada no relatório. O fórum afirma no texto que nenhum dos suspeitos de serem mandantes dos homicídios foram presos até hoje. “A prisão de qualquer de um deles desestabilizaria todo o projeto político-econômico. Tal como a desconcentração fundiária e financeira”, diz trecho do documento.

Para Inácio Werner, representante da instituição, a realidade em que essas famílias é “lamentável”. “É triste termos que relatar essa situação. Isso acaba sendo um incentivo para os criminosos porque eles sabem que tudo vai ficar impune. E, quando há essa impunidade, os grandes beneficiados são os bandidos, nunca os trabalhadores”, declarou.

O município de Alta Floresta lidera o ranking de mortes. Lá, ao todo, 14 pessoas foram mortas em conflitos por terra. A primeira chacina ocorreu em 1986, quando dez trabalhadores foram assassinados. No ano seguinte, outras quatro pessoas morreram.

“O assassinato compensa em Mato Grosso: os benefícios são maiores que os prejuízos. Os empresários produtores de soja, milhos, algodão, criadores de gado, extratores de madeira não se sentem amedrontados, uma vez que eles mesmo fazem parte dos poderes executivo, legislativo, judiciário; ou ainda da própria polícia civil e militar, ou são apadrinhados por estes”, diz outro trecho.

O documento ainda aponta o crescimento nas ocorrências de conflito no campo. Em 2008, segundo a instituição, 8.767 famílias estavam envolvidas em conflitos. O número saltou para 40.028 no ano passado.

O relatório aponta como vítimas do conflito afetadas pela violência os indígenas, sem terra, assentados, retireiros, pequenos produtores, trabalhadores rurais, quilombolas e pescadores. Por outro lado, “os madereiros, pecuaristas, empresários e investidores de PCHs e usinas hidrelétricas fortalecem o ataque jurídico, violência física, emocional, identitária e material”.

O caso recente de maior repercussão sobre a violência no campo ocorreu em Colniza, em abril deste ano. Nove trabalhadores foram assassinados na Gleba Taquaruçu do Norte. As mortes teriam sido encomendadas e motivadas por uma briga pela exploração de madeira na região.

Três suspeitos de serem os executores foram presos e denunciados pelo Ministério Público por homícidio qualificado e associação criminosa. Um empresário, suspeito de ser o mandante do crime, no entanto, não foi preso. Ele chegou a ter a prisão decretada em maio.

Em outro caso, ainda não contabilizado pelo Fórum de Direito Humanos e da Terra no relatório, a sitiante e liderança de produtores rurais e causas agrárias, Terezinha Rios Pedrosa, de 55 anos, e o marido dela, Aloísio da Silva Lara, de 56, foram assassinados a tiros no sítio deles.

O crime ocorreu em uma comunidade quilombola, em Nossa Senhora do Livramento, em setembro.

Um suspeito de ter cometido o crime foi identificado. Segundo a Polícia Civil, o crime teria sido motivado por uma discussão entre o suspeito já identificado pela polícia e o casal, por conta de um terreno.

20/10/2017 | G1 MT


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