Com salários atrasados, funcionários de hospital de MT recebem doações de cestas básicas
Governo do estado não repassa verba a Hospital Regional de Sinop desde agosto. Representantes e servidores de 3 hospitais de municípios vizinhos se uniram e doaram medicamentos para unidade.Representantes e servidores dos hospitais regionais de Sorriso, Colíder e Alta Floresta, ambos na região Norte do estado, se uniram para ajudar os funcionários do Hospital Regional de Sinop, e a própria unidade de saúde, que está com repasses atrasados desde agosto, para que continue em funcionamento.
Por meio de nota, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que os pagamentos referentes a 2017 foram feitos até o mês de julho e que os meses de agosto e setembro ainda não foram repassados. A secretaria diz ter notificado o hospital regional de Sinop para que os atendimentos de urgência e emergência continuem.
Aproximadamente 100 cestas básicas foram doadas aos servidores, que também estão com dois salários atrasados. A expectativa é de que, ao todo, 500 cestas completas sejam arrecadadas e entregues aos funcionários do hospital, de acordo com a diretora do Hospital Regional de Sorriso, Luciele Benin.
Segundo a diretora do Hospital Regional de Sorriso, houve uma reunião com representantes dos hospitais regionais de Colíder e Alta Floresta, onde ficou definida a doação de materiais básicos de saúde para atender os casos de urgência e emergência no hospital de Sinop.
“Reunimos medicações dos três hospitais e enviamos para Sinop”, afirmou.
Segundo a enfermeira Suelen Patrícia Cruz, não há estoque suficiente de medicamentos para atender a todos os pacientes. “Tem pacientes morrendo, alguns sem condições de ir para outro hospital”, afirmou.
Na terça-feira (3), manifestantes fecharam um trecho da BR-163, como forma de protesto.
Em uma audiência realizada na quarta-feira (4) para discutir a precariedade da saúde de Sinop, os vereadores de Sinop disseram que o hospital tem a receber R$ 28 milhões em repasses atrasados, o que causou a paralisação dos atendimentos nos setores de emergência e urgência pediátrica, atraso de dois meses no pagamento dos funcionários, além da falta de medicamentos e materiais de trabalho como seringas, agulhas entre outros insumos.
Inclusive, a vereadora Maria do Socorro Pereira Cruz (PR), mais conhecida como professora Branca, que perdeu a filha de dengue hemorrágica por falta de atendimento de saúde, em 2009, chorou ao discursar durante a sessão.
06/10/2017 | G1 MT
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